Revisar o que foi feito sempre faz bem. Ponderar sobre o que deixamos de fazer, do mesmo modo.
Não há quem não se dedique a isto, mesmo que seja por um minuto. Há quem faça mais vezes e mais intensamente. Mas, mesmo que seja por pouco tempo, será este um tempo valioso, considerando-se os frutos deste labor.
Ao longo de 2010, acumulamos muitas coisas. Algumas são importantes, outras nem tanto. As boas devem ser mantidas e, se possível, maximizadas. As ruins – ou mesmo más – devem ser prontamente eliminadas.
Algumas não poucas pessoas insistem em guardar o que não presta, como, por exemplo, a mágoa que, numa definição simples, é a incapacidade de superar os desgastes próprios das relações pessoais. Alimentada pelo orgulho, a mágoa, como um câncer, tende a enraizar e a nos apodrecer.
Conheço pessoas que vivem doentes, reclamando das dores que não passam, ou dos incômodos que persistem. Médicos não detectam a causa orgânica de tanto sofrimento. Porém, é inegável que a origem de tudo é o rancor guardado no peito e, pior, rancor alimentado pela própria pessoa. Em sendo assim, a cura nunca chegará.
Triste fim de ano! Poderia ser melhor, caso se optasse pela primeira postura: jogar fora o que não presta, perdoar de coração, deixar pra lá o que passou e relevar as imaturidades, traições, agressividades dos outros.
Não é fácil conseguir isso. Somos carne. Porém, quando nos livramos deste peso, sentimo-nos leves ao ponto de querer voar. Fisicamente é assim, espiritualmente também. O que nos oprime não deve ir conosco. Somos carne, mas não só: somos espírito.
Não temos condições de, sozinhos, fazer essa limpeza tão necessária. É preciso a ajuda de quem pode eficazmente curar a alma: o bom Deus, que nos ensina o caminho do perdão. O ano vindouro deve ser de leveza, de bem estar e de plena alegria.